sábado, 6 de dezembro de 2008

Jazz Contra o Racismo


Durante o Intervalo vai ser leiloado um Quadro doado ao SOS Racismo para fundos.

De salientar que pintores como Roberto Chichorro (Moçambique), Rui Jordão ( Angolano, ex futebolista internacional, agora pintor), Mito Elias (Cabo Verde) e outros artistas (Chico Fran que doou um quadro) vão estar presentes.

O SOS RACISMO VAI CUMPRIR 18 ANOS (10 de Dezembro)

Sonhos Traficados em conversa no ISMAI




(clique nas imagens para aumentar)

Convidamos tod@s a participar activamente nestes eventos promovidos no âmbito da Linha de Investigação que coordeno: "Sonhos Traficados: As rotas da violência e da imigração feminina", no ISMAI.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

JORNADA DE ACÇÃO PELA REGULARIZAÇÃO D@S IDOCUMENTAD@S


Pela regularização dos(as) indocumentados(as), contra a onda xenófoba e contra o Pacto Sarkozy.
Associações convocam jornada de acção para domingo, 12 de Outubro, às 15h, no Martim Moniz.

Nos dias 15 e 16 de Outubro, o Conselho Europeu reunirá os chefes de Estado e de governo dos 27 para ratificar o "PACTO EUROPEU sobre IMIGRAÇÃO e ASILO", aprovado no conselho de ministros realizado a 25 de Setembro. O Pacto proposto por Nicolas Sarkozy, no contexto da presidência francesa da União Europeia, visa definir as linhas gerais da UE nesta matéria e assenta em cinco pontos fundamentais: organizar a imigração legal, priorizando a adopção do "cartão azul", para recrutamento de mão-de-obra qualificada; facilitar os mecanismos e procedimentos de expulsão e estabelecer nesse sentido parcerias com países terceiros e de trânsito; concretizar uma política europeia de asilo; reforçar o controlo das fronteiras; proibir os processos de regularização colectiva.

Depois da aprovação da Directiva de Retorno, com o voto favorável do Governo português, estas medidas representam mais uma vergonha para a Europa. O tratamento securitário das migrações, a definição de critérios discriminatórios para acesso ao trabalho, o aprofundamento da criminalização da migração, da militarização e externalização das fronteiras através do FRONTEX e a perseguição dos(as) cerca de 8 milhões de indocumentados(as) que vivem e trabalham na Europa - a quem é oferecida a expulsão como única saída -, são medidas que visam consolidar uma Europa Fortaleza, da qual não podemos senão nos envergonhar.

Em Portugal, a recente onda de mediatização da criminalidade e as recentes declarações de responsáveis governamentais que trataram os(as) como imigrantes bodes expiatórios para o aumento da criminalidade, abrem espaço para as pressões xenófobas e racistas, e criam um ambiente propício para a desresponsabilização do Governo. Em causa está a necessidade de regularização de dezenas de milhares de imigrantes que defrontam sérias dificuldades em regularizar a sua situação.

São homens e mulheres que procuraram fugir à miséria, fome, insegurança, obrigados a abandonar os seus países como consequência do aquecimento global e outras mudanças climáticas, ou que muito simplesmente tentaram mudar de vida, mas a quem não foi reconhecido o direito a procurar melhores condições de vida. Tratam-se de pessoas que não encontraram outra opção senão o recurso à clandestinidade, muitas vezes vítimas de redes sem escrúpulos, e que se confrontam com uma lei que diz cinicamente que "cada caso é uma caso", fazendo da regra a excepção e recusando à generalidade dos(as) imigrantes o reconhecimento da sua dignidade humana. Destaque-se a situação dos imigrantes sem visto de entrada, a quem a lei recusa qualquer oportunidade de legalização.

Solidários(as) com a luta que se desenvolve na Europa e no mundo contra as politicas racistas e xenófobas, também por cá vamos lutar pela regularização de todos imigrantes, sem excepção, cada homem/mulher - um documento. É uma luta emergente contra as pretensões de expulsão dos(as) imigrantes, contra a vergonha de uma Itália que estabelece testes ADN como instrumento de perseguição dos ciganos(as), contra as rusgas selectivas, arbitrárias e estigmatizantes, contra a criminalização dos(as) imigrantes, contra a ofensiva das políticas securitárias e racistas, alimentadas pelo tratamento jornalístico distorcido feito por alguns meios de comunicação social. Cientes de que está criado um ambiente de perseguição aos imigrantes na Europa, e rejeitando as pressões racistas e xenófobas dos Governos de Sarkozy e Berlusconi, organizações de imigrantes, de direitos humanos, anti-racistas, culturais, religiosas e sindicatos, decidiram marcar para o próximo dia 12 de Outubro, domingo pelas 15h, no Martim Moniz, uma jornada de acção pela regularização dos indocumentados(as), contra a onda de xenofobia e contra o Pacto Sarkozy.

ORGANIZAÇÕES SIGNATÁRIAS: Acção Humanista Coop. e Des.; ACRP; ADECKO; AIPA; Ass. Imig. nos Açores; APODEC; Ass. Caboverdeanade Lisboa; Ass. Cubanos R.P.; Ass. Lusofonia, Cult. e Cidadania; Ass. Moçambique Sempre; Ass. dos Naturais do Pelundo; Ass. dos Nepaleses; Ass. orginários Togoleses; Ass. R. da Guiné-Conacri; Ass. Olho Vivo; Ass. Recr. Melhoramentos de Talude; Ballet Pungu Andongo; Casa do Brasil; Centro P. Arabe-Puular e Cultura Islâmica; Colect. Mumia Abu-Jamal; Khapaz – Ass. de Jovens Afro-descendentes; Núcleo do PT-Lisboa; Obra Católica Portuguesa de Migrações; Solidariedade Imigrante; SOS Racismo.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

CICLO DE CINEMA DOCUMENTAL AMÉRICA LATINA - Quem pôs fogo aí ? - 12 de Outubro


QUEM PÔS FOGO Aí?(2005)

O assalto à embaixada de Espanha na Guatemala

Direcção: Lluis Crous

Duração: 51m


Às 11h do dia 31 de Janeiro de 1980, um grupo de camponeses e indígenas, apoiados por estudantes, ocupou a Embaixada de Espanha na Guatemala para denunciar publicamente os massacres que o exército do general Fernando Romeo Lucas García estava a levar a cabo no interior do país.

Às 13h30 a polícia invadiu as varandas do edifício da embaixada que às 15h ardia sem que ninguém pudesse actuar para salvar as pessoas que se encontravam lá dentro. Morreram 37 pessoas calcinadas. 25 anos depois retoma-se o tema, com a frase: “quem deitou fogo aí”, proferida por Gregório Yujá, o único sobrevivente que se encontrava no hospital, horas antes de ser sequestrado e assassinado. Uma investigação relatada por familiares e testemunhas que viveram esse dia que marcou a história da Guatemala e que continua a ser dominado pela impunidade absoluta.




terça-feira, 30 de setembro de 2008

CICLO DE CINEMA DOCUMENTAL AMÉRICA LATINA - Zapatistas - 5 de Outubro

ZAPATISTA (2001)
Produção e direcção: BIG NOISE – www.bignoisefilms.com
Duração: 54m

Entrevistas a: Zack de la Rocha, Noam Chomsky, Mumia Abu Jamal, Daryl Hannah…
Zapatista é a versão definitiva da insurreição de Chiapas. É a história de um levantamento de indígenas maias, armad@s de paus e palavras, contra uma milícia do primeiro mundo. É a história de um movimento global que deteve 175 mil soldados federais, transformando a cultura política mexicana e internacional para sempre.


domingo, 28 de setembro de 2008

SOS Racismo na apresentação pública do Observatório dos Direitos Humanos


JORNAL DA UMA – TVI
Domingo, 20 Julho, 2008
Foi apresentado, no Porto, o Observatório dos Direitos Humanos. Esta organização é o resultado de uma parceria alargada de diversas organizações sociais e tem como principal objectivo contribuir para a denúncia das violações dos Direitos Fundamentais, em Portugal. As declarações do SOS Racismo são de Pedro Ferreira.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

CICLO DE CINEMA ASIÁTICO - The Bow de Kim Ki-Duk


28 de Setembro - 17 horas
THE BOW [HWAL] de KIM KI-DUK
Coreia do Sul, 2005, 89' - cor


Nunca se disse tanto em tão pouco.
Um sexagenário (Jeon Seong-hwan) é o proprietário de um barco velho, estacionado em alto-mar, que aluga a grupos de pescadores. Com ele vive uma adolescente de 16 anos (Han), com quem pretende casar quando atingir a idade legal — 17. Num dos grupos de pescadores surge um rapaz, estudante universitário (Seo), que se interessa por ela. A rapariga parece corresponder. No entanto, sempre que os pescadores se querem aproximar demasiado da bela jovem, o velho usa o seu arco para os fazer mudar de ideias.
Quando nos deparamos com um filme em que meras trocas de olhares, sorrisos e lágrimas são capazes de contar, só por si, uma grande história de amor, então temos de reconhecer que estamos diante de uma pérola rara. The Bow é isso mesmo, um filme rarissimo, tanto pela sua originalidade como pela sua beleza.
A história de amor de um velho pescador e de uma jovem de 16 anos, que ele resgatou há dez anos e com quem pretende casar no seu próximo aniversário, poderia ter sido tratado de mil e umas maneiras, cheias de diálogos punjantes e performances avassaladoras. Mas Kim Ki Duk é um cineasta-poeta e aqui só é permitido falar quem está fora da história. Os personagens principais não abrem a boca. Não precisam. Comunicam através do olhar, do silêncio e de um arco, que tanto serve para fazer música, ao som das águas, como para espantar todos aqueles que quiserem quebrar esta união insólita.
Só que há um dia em que tudo é questionado. Parece que o silêncio já não diz tudo, e que há mais para descobrir, a ver. De dos, o jogo passa a três, e com este novo jogador tudo se complica. Os sorrisos tornam-se lágrimas, a dor invade caras alegres. A jovem percebe a importância do sexo, o velho percebe a sua impotência diante o fulgor dos novos. E quando tudo podia acabar mal, de forma corriqueira e pouco interessante, Kim Ki Duk entra no universo mistico e fantástico e desenha um final como poucos poderiam imaginar. Um final tão belo que até custa a acreditar. No final, The Bow fica na memória como um filme inesquecivel, e Kim Ki Duk consolida a sua imagem de ave rara no universo cinematográfico.
Um filme assustadoramente belo.

Han Yeo-reum (a rapariga) passa todo o filme com um sorriso vazio no rosto. Poderíamos admitir que tal deriva da particular condição da personagem, isolada num barco em alto-mar desde tenra idade, mas Kim Ki-duk não está interessado em explorar esses aspectos de psicologia. A expressão da actriz é a mesma de «Samaria», onde interpreta uma estudante que se prostitui para juntar dinheiro para uma viagem à Europa.

Kim Ki Duk nasceu a 20 de Dezembro de 1960 na Coreia do Sul. Recebeu o Korean Film Foundations Prize pelo argumento de Trespassing. The Isle (2000) é um dos filmes de culto do Fantas. Em 2003 surpreendeu com Spring, Summer, Fall, Winter... and Spring e, um ano depois, com 3-Iron. Seguiram-se The Bow e, em 2005 Samaritan Girl. Time foi um dos grandes filme de Cannes 2006.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

CICLO DE CINEMA ASIÁTICO - Audition de Takashi Miike


21 de Setembro - 17 horas
AUDITION de TAKASHI MIIKE
Coreia do Sul / Japão - 1999 - 115' - cor


“Audition” (no original, “Odishon”, de 1999) conta a história de Shigeharu Aoyama, um homem de meia-idade que é viúvo e cuida do filho adolescente. A partir do momento em que o filho começa a interessar-se por mulheres, ele sugere ao pai que volte a casar-se e deixe de ser uma pessoa solitária. Shigeharu, que havia perdido a mulher há sete anos, percebe que talvez seja realmente a hora de voltar a apaixonar-se e ter novamente uma companheira.
Para tal, combina com um amigo, que trabalha com cinema fazerem uma audição para um filme que não existe. Assim, Shigeharu poderá escolher, entre diversas candidatas, aquela que irá tentar conquistar. Ele acaba por se interessar por Asami Yamazaki, uma garota de frágil beleza, rosto inocente e com um triste passado (foi obrigada a desistir da dança após um acidente). Eles começam a sair, e Shigeharu decide que aquela será a sua nova esposa. Após levá-la até um quarto de hotel, onde ela lhe mostra cicatrizes na perna que diz ter a ver com seu passado, eles fazem amor pela primeira vez.
No dia seguinte, ao acordar, o primeiro pensamento que ocorre a Shigeharu é que Asami irá aceitar seu pedido de casamento. Mas ela não está mais lá. Desolado, Shigeharu volta para casa, pensando que nunca mais irá ver seu grande amor. Quem era aquela mulher, afinal?
É uma grande história de amor, uma das maiores histórias de amor contadas no cinema contemporâneo. Uma dor imensa que parece não ter fim, para no final, perdermos tudo. Assim é o amor.

Takashi Miike, nasceu em 1960 em Osaka, no Japão) é um prolífico realizador japonês, tendo feito desde 1991 mais de sessenta filmes, em cinema, directo para vídeo e televisão (só em 2001 e 2002 terá realizado catorze filmes). Tornou-se muito popular em 1999 com Audition (Ôdishon). É melhor conhecido por encenar cenas chocantes de extrema violência e bizarras perversões sexuais. Prolífico, ecléctico e controverso cineasta, conhecido como o Tarantino oriental, capaz de criar sentimentos e sensações antagónicas no espectador.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

CICLO DE CINEMA ASIÁTICO - Samaritana de Kim Ki-Duk


14 de Setembro - 17 horas
SAMARITANA de KIM KI-DUK
Coreia do Sul - 2004 - 95’ - cor

Duas adolescentes Yeo-jin (Kwak Ji-min) e Jae-yeong (Seo Min-jeong) estão a juntar dinheiro para irem para a Europa. Enquanto Jae-yeong se prostitui com homens mais velhos que conhece na Internet, Yeo-jin faz a gestão da agenda de Jae-yeong e do dinheiro, além de vigiar a aproximação de polícia perto do motel onde Jae-yeong tem os seus encontros. Jae-yeong vê-se como uma moderna incarnação de Vasumitra, uma lendária prostituta que converteu homens ao budismo através do sexo. Yeo-jin fica chocada com o divertimento de Jae-yeong nestes encontros, e impede-a de voltar a perguntar aos clientes o que eles fazem na vida ou qualquer outra conversa que a aproxime deles e, consequentemente, que a afaste dela num misto de vergonha, culpa e ciúme.
A tragédia destas duas vidas paira, inevitável e irreversível, em cada cena, mas, no intuito de fazer desta mais uma bela experiência cinematográfica, prefiro não contar mais. Mas o Urso de Prata de Melhor Realizador no 54º Festival Internacional de Cinema de Berlim parece-me bastante merecido.
Kim Ki-duk impõe um ritmo quase sufocante nas revelações, nos sofrimentos e nas angústias de vidas que se rompem sem misericórdia. Neste drama está também envolvido o pai de Yeo-jin (Lee Eol), um detective da polícia viúvo, angustiado pela impotência para proteger a própria filha.
Kim Ki-duk não mostra a prostituição infantil de um ponto de vista dogmático ou racional. É na vertente emocional que Kim Ki-duk nos abre os olhos a este grave problema social. “Samaria” é sobre a procura da redenção, da busca de um perdão dentro de nós mesmos, da cura espiritual, do sexo como fonte de felicidade e da incessante luta por emendar erros e impor a justiça onde ela falha. “Samaria” divide-se em três partes: "Vasumitra," "Samaria," e "Sonata." Cada parte reflecte o ponto de vista de uma personagem: Jae-yeong, Yeo-jin e Yeong-ki, o pai de Yeo-jin, respectivamente, a primeira vivendo num mundo onde tudo é bom, a segunda numa dura realidade e o terceiro perdido num limbo de incompreensão.
Como os outros filmes de Kim Ki-duk, também “Samaria” é um poema cheio de metáforas. A pedra une em si todas contradições: é ela que recebe a queda, é arma, barreira, libertação e túmulo. Os banhos públicos onde as duas jovens se lavam, o duche onde Yeong-ki se refugia, o ar fresco do campo são os veículos de limpeza, mais espiritual que física.
Kim Ki-duk aborda o bem e mal com a sua inerente fusão, sem julgar, de uma forma crua e sem compromissos, mas também emocional e comovente. As cores do Outono dão o tom melancólico, o surrealismo dos sonhos reflecte o espírito torturado de personagens complexas, consistentes e credíveis (em três excelentes interpretações). Só Kim Ki-duk consegue dar tamanha beleza, e até inocência, a uma história negra sobre os efeitos adversos do desejo humano.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

CICLO DE CINEMA ASIÁTICO


7 de Setembro - 17 horas
DOLLS de TAKESHI KITANO
Japão - 2002 - 113’ - cor

DOLLS reagrupa três histórias de amor inspiradas no Bunraku, teatro de marionetas japonês.
Na primeira história, Matsumoto e Sawako são um casal feliz, mas as pressões das respectivas famílias obrigam-nos a escolher um destino trágico. Para proteger Sawako, Matsumoto liga-se a ela para sempre, unindo os corpos com uma faixa vermelha. Erram sem destino. Procuram aquilo que esqueceram. Uma viagem que vai durar o tempo de quatro estações.
Na segunda história, Hiro, um yakuza, regressa a um parque onde costumava encontrar a namorada. Trinta anos antes, era pobre e viu-se obrigado a separar-se da bela rapariga para abraçar o mundo do crime.
Na terceira história, Hakuma, cujo rosto está coberto com faixas, passa muito tempo a olhar o mar. Pouco tempo antes, ela era uma grande estrela da música que passava a vida a dar autógrafos e a aparecer na televisão. Nukui é o seu maior fã e está disposto a prová-lo.
Três histórias inspiradas nas emoções eternas do teatro Bunraku. Três histórias delicadamente enlaçadas pela beleza da tristeza. Três histórias de amor imortal.

O Kitano de hoje tem tudo o que amamos: um artista que procura renovar-se, encontrar novas formas de contar, de gerir o tempo cinematográfico, procurando o esboço mais do que a pureza, a ingenuidade mais do que a inocência, e que abre o seu cinema ao espectador evitando cuidadosamente toda e qualquer psicologia. Quase deixando para trás as história de yakusas que o tornaram célebre, Kitano realiza com DOLLS um filme em que se unem a dor e a beleza – cenários e guarda-roupa criados por Yohji Yamamoto – ingenuidade e violência interiorizada dos sentimentos, menos excessos que habitualmente.
No Teatro Nacional do Japão, assistimos a uma representação de bunraku (o teatro de marionetas japonesas). A peça interpretada é do dramaturgo Monzaemon Chikamatsu (1653-1724), o Shakespeare nipónico. Conta a história de dois amantes malditos. Na vida de hoje, um homem e uma mulher, o olhar vago, erram sem destino aparente, atados um ao outro por uma corda vermelha. Ela ficou louca no dia em que soube que ele por interesse iria casar-se com outra. A sua deambulação vai durar quatro estações. Paralelamente, um velho yakusa, sentindo a morte aproximar-se, regressa pela primeira vez ao jardim público onde, cinquenta anos antes, a noiva prometeu esperá-lo todos os sábados no mesmo banco... Noutra história, uma cantora de variedades tem um acidente de carro. Desfigurada, retira-se de cena. Mas um fã comete um acto radical...
Através destas três histórias alternadas, sombrias mas coloridas, embaladas pelo vento (Kitano é o mestre do vento), o realizador nipónico conta-nos com uma grande simplicidade três histórias de paixões malditas, de fidelidade e de amor, três histórias que terminam sempre mal, como seria de esperar. Os amantes são como bonecos, marionetas privadas de liberdade nas mãos do amor louco que as une, apanhadas entre o desejo e a pressão social. A paixão é uma prisão. A única saída é a morte.

FIM DE SEMANA DE FORMAÇÃO DO SOS RACISMO

28 DE NOVEMBRO A 1 DE DEZEMBRO
TOCHA - FIGUEIRA DA FOZ


28 de Novembro - 6ª feira
- CHEGADA

29 de Novembro - Sábado
- Energizer
- Tocha Notícias
(Objectivos da formação; Guia de sobreviência, Informações gerais e afins)
- SOS e os debates nas escolas: como fazemos?
- Simulação de um debate

ALMOÇO

- Energizer
- Humor e Racismo
(Luís Afonso)

Intervalo

- Biometria
(Carlos Alvarenga)

JANTAR

- Curtas, videos sobre sistemas de controle e vigilância dos cidadãos
MÚSICA E ANDANÇAS

30 de Novembro - Domingo
- Energizer
- Tocha Notícias
- Integração
(Jacques Lemiére, Rui Tavares)

ALMOÇO

- Energizer
- RAÇA: Apenas uma Palavra

Intervalo

- Darwinismo e a extrema-direita
(Vitor Almada)

JANTAR

- Teatrização sobre Humor e Racismo
MÚSICA & ANDANÇAS

1 de Dezembro - 2ª feira
- Energizer
- Tocha Notícias

- ASSEMBLEIA GERAL
- Projectos
- Agenda de actividades para 2009
- Eleição da direcção

ALMOÇO

PARTIDA


INSCRIÇÕES PARA OS NOSSOS CONTACTOS indicando nome, contacto de telefofe e email.
(Reservamo-nos no direito de aceitar todas as inscrições mas só aceitarmos totalmente após conhecermos a pessoa.)

Preço Total - €75
(inclui alojamento e refeições)

sábado, 26 de julho de 2008

Quinta da Fonte: nenhum ruído pode impedir o debate que se impõe

Convém, antes de mais, deixar claro que o SOS Racismo não se pronunciou sobre a Quinta da Fonte no calor dos acontecimentos, não por procurar fugir da suposta questão racial subjacente, mas porque e como aliás, vai sendo assumido pelos próprios moradores e todas as instituições e actores sociais que trabalham no terreno, por julgar que não se tratou substancialmente de uma questão de violência racial entre as comunidades do bairro, como muitos pretendem fazer passar a ideia. Foi uma desavença que ocorreu ali como podia ter ocorrido em qualquer lugar do país com as mesmas características; sendo porém evidente que neste caso em concreto, as tensões que existem entre as comunidades não estão verdadeiramente arreigadas no racismo ordinário como o conhecemos, mas antes numa tensão social resultante das degradadas condições de vida do moradores do bairro, sejam eles de que etnia for. Sobre isto, a história já está suficientemente contada e ainda por cima pelos próprios envolvidos e portanto, nada mais a acrescentar. E mais, se dúvidas ainda subsistissem quanto à falsidade da tese racista, elas foram dissipadas pela entrevista dada pelo Presidente do Agrupamento de Escolas da Apelação, Dr. Félix Bolaño à Renascença e ao Público colocando os problemas no seu devido lugar.
Mas se por um lado, o SOS Racismo nunca pretendeu defender a imunidade de qualquer sociedade ou cultura ao racismo, por outro lado, não pactuamos, de maneira nenhuma, com todo o ruído que procura impedir a verdadeira discussão das causas que estão na origem dos problemas no bairros sociais, como por exemplo, a guetização das minorias, consequência da sua discriminação institucional.
O que importa discutir são as políticas que estão na origem das miseráveis condições de vida nos bairros sociais e no caso em apreço, na Quinta da Fonte.
Aliás, o senhor Presidente da Câmara de Loures reconhece que o realojamento da Quinta da Fonte foi um erro, mas persiste no mesmo erro ao querer realojar no mesmo bairro e à sua revelia, os moradores do Bairro do Talude! O Senhor Presidente vem dizer que existem muitas rendas em atraso, quando a primeira medida que tomou, mal tomou posse, foi tentar aumentar exponencialmente e de forma indiscriminada as rendas dos bairros sociais! Só não o conseguiu porque enfrentou a mobilização dos moradores!
Alguns políticos vêem agora derramar lágrimas de crocodilos ao falar na degradação do edificado e na falta de infra-estruturas, quando o SOS Racismo, já em Maio de 1999 (vide Público, Capital e Diário de Noticias do 7 de Maio de 1999), alertava para a incúria das autoridades municipais e centrais na adjudicação da obra para a construção do Bairro da Quinta da Fonte! Já nessa altura, havia problemas com o sistema de saneamento, nomeadamente dos esgotos! Esta obra, como aliás a maior parte das obras de bairros sociais, são feita contra todas as regras de urbanismo e de arquitectura. Porque, neste caso por exemplo e, em muitos casos de construção de bairros de realojamento, as necessárias fiscalizações foram omissas, a qualidade dos materiais de construção deixam muito a desejar e o envolvimento dos visados foi nulo.
As políticas de realojamento basearam-se sempre em remendos em vez de assentar numa organização territorial que permitisse uma gestão democrática do território que fomentasse a convivência de todos os grupos étnicos em igualdade de circunstância! A filosofia política dos bairros de realojamento foi substituir barracas de latas por barracas de betão!
Portanto, querer situar os acontecimentos da Quinta da Fonte numa suposta questão racista entre comunidades é querer tapar o sol com a peneira, porque o que acontece na Quinta do Conde, no Porto, na Bela Vista, em Setúbal, nas Maraianas em Carcavelos, em Santa Filomena, na Amadora, na Quinta da Torrinha, na Ameixoeira, etc., etc., não é em nada diferente dos últimos acontecimentos e não são manifestações de racismo, convenhamo-nos!
Pois, daria jeito a muita gente atiçar o conflito das vítimas do racismo quotidiano para legitimar as suas barbáries e desculpar-se dos seus pecados! Se até os pretos, os ciganos, os pobres, são racistas, porque não assumir a inevitabilidade do racismo, pensarão assim muitos pseudo politicamente incorrectos!
O SOS Racismo nunca pactuou com qualquer espécie de violência e muito menos com o racismo, venha ele donde vier, no entanto, que fique claro, nenhum ruído nos impedirá de apontar o dedo aos responsáveis da situação que se vive nos bairros sociais: os políticos dos sucessivos executivos governamentais e camarários que, numa clara política de segregação espacial, empurraram as minorias étnicas em guetos sem condições nenhumas.
Comunicado de imprensa do SOS RACISMO

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Participação na Marcha do Orgulho LGBT no Porto




Fotos: Pedro Ferreira
(Direitos Reservados Creative Commons License)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

3ª Marcha de Orgulho LGBT no Porto


12 de Julho de 2008
15:00h
Praça da República, Porto

Aparece, a tua presença é fundamental !
O SOS Racismo faz parte da organização e vai estar presente !

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sem papéis e cada vez com menos direitos !


As políticas defendidas por Sarkozy e Berlusconi ameaçam tornar-se lei na Europa, se os 27 aprovarem na quarta-feira a Directiva de Regresso, que pretende harmonizar as leis de imigração para facilitar as expulsões dos sem-papéis, calculados em 8 milhões na União Europeia. Bruxelas recebe nesse dia o protesto de várias ONG contra o aumento das políticas repressivas contra os imigrantes.
A directiva que será acordada pelos representantes dos 27 países membros da UE prevê que o tempo máximo de detenção de um imigrante sem-papéis passe para seis meses, extensível em certas circunstâncias para dezoito meses. Outros pontos polémicos são a possibilidade de detenção dos menores não-acompanhados e a proibição de regresso a UE por um prazo de 5 anos após a expulsão.
A Europa recebe dois milhões de imigrantes por ano, mas boa parte, calculada entre 25% a 50%, refere-se a imigrantes indocumentados. Mas esta medida, se for aprovada, pode mudar substancialmente a situação dos imigrantes em muitos países. No vizinho estado espanhol, por exemplo, o prazo de detenção é de 40 dias, após os quais o imigrante tem de ser libertado, podendo continuar no país à espera de uma regularização. A nova directiva proposta prevê que em caso de "atraso na obtenção de documentos necessários por parte de países terceiros" o imigrante possa passar um ano e meio num centro de detenção.
No parlamento europeu, a posição dos socialistas depende de país para país, dependendo se estão no governo ou na oposição. Enquanto o PSOE defende a directiva, que foi negociada por Zapatero com franceses e italianos e constituirá um suporte na lei europeia para a política de imigração apontada como "permissiva" pela direita espanhola, os socialistas franceses rejeitam a directiva, argumentando que 18 meses é muito tempo para manter imigrantes presos num campo de retenção.
Apesar de ter uma lei considerada como "garantista", a verdade é que o governo Zapatero expulsou nos últimos três anos mais 43% pessoas que o governo de Aznar que o precedeu. Ao todo foram 370 mil pessoas repatriadas entre 2004 e 2007. E ao contrário do que faz parecer a chegada incessante de imigrantes às ilhas Canárias, os imigrantes provenientes de África são apenas 5% do total de indocumentados em Espanha.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Fim de semana prolongado com muitas actividades

FESTA DE INAUGURAÇÃO DA SEDE DO SOS RACISMO NO PORTO



na Rua do Almada, 254 - 3º sala 34 - Vai estando atento às nossas actividades !

NO DIA 25 DE ABRIL montamos uma banca na Avenida dos Aliados no fim do cortejo


NO DIA 26 DE ABRIL, à noite o lançamento do "Livro de Jogos Interculturais e Cooperativos" no Gato Vadio

terça-feira, 22 de abril de 2008

Inauguração da Sede do PORTO

Dia 24 de Abril, a partir das 22 horas, vai haver uma feira do livro, projecções de fotos e videos sobre o Mumia Abu Jamal e a sua luta pela liberdade, bancas de materiais, muita música com os DJ's Pedro Ferreira e Ruba Linho, copos and cigarettes.

Contamos com a vossa presença na RUA DO ALMADA, Nº 254, nesta e noutras ocasioes.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008