De que falam Cameron, Merkel ou Sarkozy, quando denunciam um suposto falhanço do “multiculturalismo”? O que pretendem alcançar com debates sobre integridade e pertença cultural?
O discurso repete-se nos últimos anos e o Reino Unido segue-se à França, na demanda em busca do “ser” britânico.
Não nos deixemos perder nestes mansos meandros: o que se pretende é apurar uma espécie de eugenismo identitário, com o claro objectivo de incluir socialmente aqueles que patenteiam certas características (para fugirem às fenotípicas, chamam-lhe agora “culturais”…) e excluir os que delas não padecem, sobretudo os imigrantes.
É preciso desmascarar e chamar a besta pelo seu nome: este recurso atávico e provinciano mais não é do que uma forma violenta e perigosa de racismo, com objectivos claros de demarcar relações de poder e de exclusão, servindo de peneira para tapar o fracasso de modelos económico-financeiros e proteger, assim, a “santa austeridade”.
É altura de dizermos: BASTA!
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